Retenção de Líquidos ou edema

A retenção de líquidos ou edema é um problema que afeta milhares de mulheres. Devido a alterações hormonais, o organismo não é capaz de remover os líquidos intersticiais, envolvidos no sistema linfático (associado ao sistema venoso) e, dessa forma manter o equilíbrio das pressões hidrostáticas do corpo.

Uma a cada três mulheres é atingida pelos edemas de membros inferiores, existindo uma série de patologias relacionadas como: flebites, linfedemas venosos primários, edemas pós-cirúrgicos, lipedema, entre outras.

O edema é a consequência do aumento nas forças, que tendem mover os fluidos do compartimento intravascular ou intersticial, ou seja, o acúmulo anormal de quantidades de líquidos intercelulares.

O aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão osmótica, obstrução da drenagem linfática e o aumento da permeabilidade dos vasos e capilares, são algumas causas de formação do edema.

No sistema linfático normal, o estado fisiológico das vias de drenagem é suficiente para evacuar o líquido trazido pela filtragem e a renovação de líquido intersticial é constante. Neste processo, as células do corpo retiram os elementos necessários para o metabolismo, a capacidade total linfática é superior às necessidades fisiológicas. Caso haja alguma interrupção ocorrerá o edema.

Quando o aporte de líquido filtrado se torna mais importante e o sistema de drenagem não aumenta, ocorre por esse motivo, um desequilíbrio entre a filtragem e a drenagem, o débito linfático cresce. Os tecidos enchem-se de líquidos, a pressão intracelular aumenta e a pele distende-se.

De acordo com Herpertz (2006) é possível esclarecer, fisiopatologicamente, qualquer tipo de edema de membro inferior, por meio de quatro fatores, sendo três destes relacionados à filtração elevada e um fator relacionado ao fluxo linfático reduzido.

Filtração elevada:
-   Pressão elevada nos capilares sanguíneos.
-   Força oncótica reduzida da proteína sanguínea.
-   Permeabilidade dos capilares sanguíneos.
Fluxo linfático reduzido:
-   Lesões no sistema linfático.

O surgimento do edema está diretamente ligado à circulação linfática ou, indiretamente, em consequência de uma patologia linfática específica. As causas do edema são simultâneas, podendo assim ser encontrado patologia mista, na qual se observa insuficiência venosa ligada à insuficiência do próprio sistema linfático.

Segundo Vogelfang (1995), a Sociedade Internacional de Linfologia (1985) classificou o edema em dois graus:

Grau I:
Observa-se depressão à compressão, importante ou redução total do edema com elevação do membro; pouca ou nenhuma fibrose.
Grau II:
Não se observa depressão á compressão; não há redução do edema com elevação do membro e a fibrose é de moderada a severa.

A gordura localizada, inchaço, pernas pesadas e cansadas são algumas das consequências da insuficiente drenagem linfática, se não for tratada, de forma eficaz.

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